sexta-feira, 3 de julho de 2009

Se eu calei foi por tristeza, você cala por calar

Se eu calei foi por tristeza, você cala por calar

Vive-se no instituto de letras da UFBA um clima de silêncio, marcado pelo comodismo da comunidade dicente que insiste em não ver a grande injustiça que estão cometendo contra os nossos direitos, ficam calados, parados, movem-se como marionetes a serviços do que cometeram o golpe, é um golpe, foi desferido pelas costas, pelos que contávamos como nossos companheiros, e não sei se esse silêncio é causado por isso, a traição muitas vezes nos coloca diante daquilo que vemos e não queremos acreditar.
O comodismo se arrasta com vários nomes, omissão, alienação, falta de comprometimento, cada um com seu motivo tenta dizer a si mesmo que não há o possa ser feito contra essa situação e diante disso me acometeu um sentimento de tristeza, logo em nosso curso com discussões tão politizadas, que pregam a democratização da gramática e dos métodos de ensino do português, logo lá que vemos a desconstrução das mais diversas teorias na literatura, logo lá que se envaidece tanto de ser um berço de intelectuais.
É TRISTE ver como nossos companheiros agem diante dessas situações, se calaram por calar, o silêncio impregna a tudo, toma conta das nossas canetas, a critica a sociedade já não pode ser mais feita nas provas, agora somos iguais aos que estão fora de lá contribuindo para que ela continue desse jeito, desigual, corrupta e racista, não podemos mais falar de democracia, depois desse fato não, qualquer coisa relacionada a este tema soará falso e eu incrédulo daqueles que falarão, nem pedirei fala, ficarei olhando para perceber neles ares de falsidade.
Depois disso é só esperar pelo triste desfecho deste episodio, entregar algo que foi conquistado assim de mão beijada é muito ruim para a nossa imagem de estudantes conscientes da nossa participação na sociedade, deixar de lutar, de fazer um ato contra a imposição dos professores é um erro histórico e vai ficar para sempre marcado na historia do nosso curso, sempre irão lembrar do dia em que os estudantes se omitiram, e falarão que muito se omitiram não por ser despolitizado, mas por ter concordado com aquilo que estava sendo imposto, pois não existe omissão, o que existe é algo parecido com aproveitamento de um local politicamente respaldado para garantir a permanência das coisas como estão, e é isso que se faz, ao não fazer nada, fazemos tudo a favor dos que nos dominam, calamos os que querem falar, os tornamos tristes por querer dizer e não conseguir

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