quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

carnaval: a síntese perfeita da nossa sociedade

Embora a nossa festa pareça ser democrática, como de fato é, porem ela demonstra toda a desigualdade existente.
Percebemos que as contradições aparecem radicalmente expostas tendo como fator
Principal uma simples corda, ela divide as classes sociais de maneira antagônica e
Desmascara toda uma realidade que a nossa imprensa tenta a todo tempo fazer verdadeira.
A corda revela o nosso complexo sistema político, que assim como ela, sempre foi levado nas costas por aqueles que menos tem, e por uma triste ironia, assim como nos dias atuais aqueles que a carregam também são maus remunerados.
O carnaval, é uma festa da burguesia, que é feita simplesmente para atender os desejos dessa classe, o povo do seu lado tenta fazer desta festa algo que também seja seu, leva para as ruas sua riqueza, sua cultura e fazer desta ocasião mais um palco, um megafone que fará os governantes ouvirem seus clamores.
Temos por fim a ação eficaz do estado, que tenta a todo custo manter estagnada.
Essa divisão, a falta de investimentos nos blocos afros e independentes, o aumento no numero de camarotes, e por isso também o espaço cada vez menor para aqueles que não podem pagar para sair em algum bloco.
Todos esses argumentos nos levam a pensar na nossa sociedade, nos lugares dos grandes camarotes, os grandes projetos imobiliários que trazem tudo que podem oferecer já dentro do seu complexo, ou seja, separa a sociedade por muros, divide em quem pode pagar por uma segurança boa e bem equipada e por quem vive a mercê da ação racista do estado, que nesse carnaval só revistava os negros, como se só eles roubassem, não pensaram que nos grandes blocos, onde raramente negros saem, também houve grandes números de furtos, e pensam que só os negros brigam.
Pensar que só uma parte da sociedade é capaz de cometer atos violentos é um pensamento que vira a pratica nos dias de carnaval, não há respeito para aqueles que trabalham, as condições dada pelo estado são mínimas, ou quase inexistente.
Ver-se ai a preferência dos governantes que dão as camarotes, que tiveram toda a infra-estrutura para trabalhar.
A igualdade tantas vezes aclamada como marca forte da nossa festa, nunca será alcançada de fato, se não existir igualdade de condições para todos independentes de estar fantasiado com as roupas de um grande bloco ou não, independente da cor.
O carnaval deve ser, assim como a sociedade que queremos, um lugar justo
Aonde todos tenham iguais direitos e sejam vistos igualmente, e não essa farsa de um lugar que todos tem direito, mas poucos são de fatos respeitados.

2 comentários:

  1. A pura verdade, direitos e atos que sabemos que deve existir e raramente prativado. Excelente texto!

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  2. É um crítica bem lógica do carnaval, nunca tinha parado para analisar as condições em que esse se sucede. Muito interessante, posso dizer que agora me alertei quanto a um olhar mais crítico das comemorações.

    Ps:
    Valeu pela dica... Irei procurar o texto do Gabriel Garcia =D

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